sexta-feira, 25 de maio de 2012

Pentecostes


Evangelho de Domingo (27.05.12)


P. Romeu Ferreira
A) Texto: Jo 20,19-23

            19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegaram por verem o Senhor. 21 Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22 E depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, serão perdoados; a quem não os perdoardes, serão retidos”. 

B) Comentário

            Celebramos a eclosão da Igreja missionária de Jesus, a Festa de “Pentecostes”, contemplando o texto bíblico da “Vinda do Espírito Santo”; do Paráclito, prometido por ele: “Se me amais, observareis meus mandamentos, e rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre...” (Jo 14,15s; 16,7).
            “Espírito Santo” na língua original do Novo Testamento se diz “pneuma hagion” (pneuma = espírito, sopro; hagion = santo). Ora, os substantivos gregos que terminam em “ma”, como “pneuma”, são palavras passivas. Portanto, “Espírito” em grego, não é o sopro; e sim o resultado do sopro. Por conseguinte o “Espírito Santo” é o resultado da ação de Deus sobre o homem, sobre os apóstolos, sobre Sua Igreja.
            “... estando fechadas, por medo dos judeus...” (v 19). O medo leva ao fechamento. O Espírito Santo afugenta o medo e imprime coragem aos discípulos de Jesus: no passado, no presente e no futuro.
            Como se sabe, a Festa de Pentecostes se dá no dia seguinte, passada as sete semanas depois da Festa da Páscoa. Ou seja, 7x7+1(dia da solenidade) /cinqüenta dias = Pentecostes/. O número “sete” é na bíblia signo da plenitude, da perfeição. Logo a Festa do dia 50, é a Festa do tempo completo, perfeição da perfeição na vinda da energia de Deus em tempo pleno para o seu povo.   
            Há várias considerações a serem feitas neste texto. Primeiro Jesus confia a missão (v 21) aos apóstolos e só depois é que os capacita para tal, com o “Espírito Santo” (v 22); é o Espírito que dá vida e dinamiza a existência, como Deus a projetou. É como o Pai, que primeiro faz, modela o homem, e só depois insufla o hálito vital, o sopro de vida (Gn 2,7).  De igual maneira o fez Jesus: Soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (v 22). Porém antes já dissera: “Como o Pai me enviou, também eu vos envio” (v 21). Ou seja, primeiro o mestre manda e só após o mandato, dá os meios de bem exercê-lo: O Espírito Santo. É bom observar que os procedimentos desta ação não podem ser de qualquer jeito, mas há um esquema a ser seguido: “como o Pai... me // eu vos...”. Quer dizer, Jesus tem os olhos voltados para o Pai e nós o tenhamos voltados para ele, que é o Filho. É atuando coerentemente como Cristo, que seremos realmente cristãos.
            Por outro lado, é indispensável saber que a missão confiada é uma missão de paz, pois o mestre destaca duplamente no texto: “A paz esteja convosco” (vv 19.21). Ele se coloca no meio deles (v 19) para emitir a saudação que confere a paz, indicando também que o centro do agir dos apóstolos deve ser regido pela paz.

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100 Anos de Esperança


 
100 ANOS NA ESPERANÇA
Uma mensagem da Amazônia ao Mundo


Celebrando com alegria e esperança do Centenário da Missão São Francisco do Rio Cururu, nós – povo da nação munduruku, vindo de dezenas de aldeias da Mundurukânia, capitães, missionários/as religiosos/as e leigos, congregando nestes dias festivos mais de 1000 pessoas – dirigimos a seguinte mensagem à sociedade brasileira e a todas as pessoas defensoras da vida no planeta Terra.

Há centenas de anos vivemos na floresta amazônica do Alto-Tapajós e seus afluentes, no sudoeste do Pará, Brasil. Consideramos a terra e a água, as florestas e os rios, como fonte e sustento da vida em todas as suas dimensões. Portanto, entendemos e respeitamos a natureza como sagrada, e, por isso, superior a nós.

Ultimamente sentimo-nos ameaçados por projetos promovidos por um modelo de desenvolvimento que incentiva a construção de hidrelétricas, hidrovias e mineração, como ainda o comércio dos chamados “créditos de carbono”. Este modelo de desenvolvimento não é apenas incompatível com nossa forma de viver, mas também causa graves impactos irreversíveis para os povos tradicionais e todo o bioma da Amazônia.

Por outro lado, queremos uma política de desenvolvimento econômico que verdadeiramente beneficie os habitantes da Terra, e não privilegie apenas uma minoria.

A hora urge para fortalecermos a nossa união: do povo munduruku, dos povos indígenas e de todas as pessoas de boa vontade, na resistência e na defesa da vida, da nossa cultura, da terra e da água em vista do futuro dos nossos filhos e filhas, e do planeta Terra.

Vivemos e trabalhamos na esperança de mais 100 anos!
Topaga soat jeymubacan – Para isso Deus abençoe a todos nós!

Missão São Francisco do Rio Cururu, dia 13 de maio de 2012,
dia da comemoração do centenário de sua fundação

[Seguem as assinaturas dos capitães de aldeias e dos missionários/as.]
Numero
Nome
Lugar
1.       
Vivaldo Kirixi Munduruku
Capitão aldeia Missão Cururu
2.       
Humberto Akai Munduruku
Capitão aldeia Missão Cururu
3.       
José Edilson Akay
Capitão aldeiaTraira
4.       
José Maria Akay
Capitão aldeia Pratati
5.       
Venâncio Puxo
Capitão aldeia Missão Velha
6.       
Bonifácio Crixi Munduruku
Cacique
7.       
Braz Kabá
Aldeia Cazeira
8.       
Zacarias Saw
Capitão aldeia Boca da Estrada
9.       
Isidoro Krixi
Capitão aldeia Bananal-Cururu
10.  
Osvaldo Waro
Capitão aldeia Posto Vigilância-R. Tropas
11.  
José Manhuari
Cacique aldeia Vila Nova-Rio das Tropas
12.  
Arnaldo Kabá
Cacique aldeia Katô
13.  
Bruno Manhuari
Cacique aldeia Wareri
14.  
Lamberto Painha Munduruku
Aldeia Restinga
15.  
Henrique Paygo
Paygê aldeia Muiuçu
16.  
Fernando Kirixi Munduruku
Cacique aldeia Morro do Kurap
17.  
Manoel Saw
Capitão aldeia Frexal
18.  
Alcides Yoto
Capitão aldeia Papagaio-Teles Pires
19.  
Venâncio Kirixi
Capitão aldeia Nova Tapajós
20.  
Mario Waro
Capitão aldeia Cajoão
21.  
Geraldo Saw Munduruku
Capitão aldeia Morro do Careca
22.  
Osmarino Manhuari
Capitão aldeia Jacarezinho
23.  
Floriano Mou
Capitão aldeia Aiperep
24.  
Dom Frei Wilmar Santin O.Carm.
Bispo de Itaituba
25.  
Frei Francisco de Assis Paixão OFM
Ministro da Custódia de São Benedito
26.  
Frei Sebastian Robledo OFM
Buenos Aires – Argentina
27.  
Jonas Pinheiro
Curitiva-PR
28.  
Ir. Helena Calderaro
Belém-PA
29.  
Frei Atílio Battiatuz
Chapinzinha-PR
30.  
Pe. Joubert Luciano Ferrarezi CM
Itaituba-PA
31.  
Pe. Adventino Nandus SVD
Alenquer-PA
32.  
Frei João Messias Sousa OFM
Santarém-PA
33.  
Irmã Maria Irene da Silva
Brasilia-DF
34.  
Irmã Nilma Helena Alfaia de Sousa
Óbidos-Belém-PA
35.  
Pe. Jean Paul Komi Sikpe SVD

36.  
Pe. Paulo Cordeiro de Oliveira Filho OMI
Itaituba-PA
37.  
Irmã  Maria Ubirary Martins Almeida SMIC
Belém-PA
38.  
Frei Antonio Marcos Silva Bezerra OFM
Itaituba-PA
39.  
Frei Raimundo Reginaldo OFM
Santarém-PA
40.  
Frei Elder de Sousa OFM
Monte Alegre-PA
41.  
Pe. Eduard Guc SVD
Trairão-PA
42.  
Frei Romualdo Borges de Macedo O.Carm.
Itaituba-PA
43.  
Irmã Olária Guaray de Queiroz
Quixadá-CE
44.  
Irmã Claudete Chaves da Cruz
Brasília-DF
45.  
Irmã Gisele Maria Pereira Marinho SMIC
Santarém-PA
46.  
Frei Reinaldo Silva Augusto OFM
São Paulo-SP
47.  
Irmã Anunciada Cantuário de Andrade
Monte Alegre-PA
48.  
Irmã Nazide Carvalho Rebelo
Fortaleza-CE
   49.
Irmã Maria José Alves de Lima
Fortaleza-CE
       50.
Irmã Arimatéa Marques do Vale
Fortaleza-CE
       51.
Frei João Antônio Verga Bezerra OFM
Franca-SP
       52.
Frei Johannes Gierse OFM
Boa Vista-RR
      53.
Ir. Inês da Costa Camargo
São Paulo- SP